A SERPENTE 

 


Enrolou o rabo de ponta tesa
cuspindo veneno na grama de orvalho fresco.
 
Na madrugada enluarada
cheirou  escamas
à sua volta espalhadas. 

Ainda tentou arrastar-se até sua presa 
(que roncava)
mas adormeceu na terra revirada
suspirando sibilos e sustenidos 
desafinados.

Cobra-cega ...
estava apaixonada.



 

Republicação
Recanto das Letras em 14/10/2009
Código do texto: T1866720
Poesia de Concreto

 

 
Miriam Dutra
Enviado por Miriam Dutra em 31/08/2013
Reeditado em 25/10/2013
Código do texto: T4461043
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