PEPITA TANGIL (poema do eminente sergipano JOÃO FREIRE RIBEIRO)
Da nobreza espanhola,
Em Sergipe, sem lousa
Na morte, repousa! ...
Era linda, era bela! ...
Em seus olhos brilhavam
Em noites de encanto,
O luar de Castela! ...
Pepita Tangil,
Era linda, era bela! ...
Os olhos do Rei
Nos seus olhos pousaram! ...
Os lábios dos Rei
Os seus lábios beijaram,
Seus lábios maduros,
Tão mornos e doces
Quais favos de mel! ...
Seus corpos se amaram
E, num só se somaram...
Intrigas na Corte,
Fuxicos terríveis,
Tormentos incríveis,
Vinganças atrozes,
Dum tempo Cruel! ...
A Rainha, em ciúmes,
Pepita deporta!
Perdido de amores
O Rei, desgraçado,
Pepita recorda
Desvairado e febril ! ...
Pepita, está longe ...
Pepita, navega
Num triste desterro
Buscando Sergipe
Del Rey, no Brasil! ...
Durante a viagem
Não chora o seu erro
Pois sabe que o amor
É luz tão somente
Na alma da gente!
Amor que não fere,
Amor que não mata,
Amor que não é dor,
É só, neste mundo,
Amor sem amor!
Num velho convento
Pepita Tangil
Na morte repousa,
Sem prece e sem lousa! ...
Era linda, era bela...
Em seus olhos brilhava
O luar de Castela!...
Em seu corpo moreno,
Tão langue e macio,
A cor dessa tardes
Formosas do estio!
Uma flor espanhola
De negros cabelos,
Divino perfil! ...
Desejo em poema,
Mulher ? alfazema,
PEPITA TANGIL!...