Seu crime de viver
Esconde e revela,
mostra e apenas insinua.
É clara como a nuvem em dia de sol
e negra como essa mesma nuvem anunciando borrasca.
Essa nossa subjetividade é assim,
como algo que não pode ser, mas é.
Como algo que se espelha na grandiosidade
mas é pequena como uma cabeça de agulha.
Ela é nosso guia
e nossa perdição.
Do mundo ela traz as similitudes a um prisma,
do céu ela traz a eterna divindade celestial.
Por que seria essa subjetividade
a nossa condição humana, a mais humana que temos?
Porque é ela que nos torna
próximos da realidade e do sonho ao mesmo tempo.
É ela que nos leva
de uma ponta a outra dos sentimentos:
os mais brandos até os mais intensos.
É ela, enfim, que nos redime do seu crime de viver...