NEM DOIS

Definitivamente gravada a fogo
estás no meu coração.
Ainda que partas,
não será a estrada
o derradeiro rogo,
mas a canção,
soando em harpas,
numa lembrança empalhada
a resgatar saudades.

Não, teu cheiro não se repete
em recordações,
nem somos frutos do destino
a vingar antigas tristezas.
Somos o hoje, nova enquete,
dissertações,
inédito relatório que assino,
carregado de incertezas,
tal qual me assaltam verdades.

Por certo não morrerei depois,
mas também não serei metade, nem dois.





 
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 30/08/2013
Reeditado em 17/01/2014
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