CÓDIGO DE EMOÇÕES

Qual a distância entre o que penso e o poema?

Coragem para tirar do calabouço o pranto contido?

Revelar o rio que sangra sem parar?

Busco a desobediência necessária à criação cruenta,

do poema rebelde, sem regras, eira ou beira.

Vendi a alma e perdi a prudência na insistência

de expor formas, luz e sombra.

Não ouso perguntar ao cego pássaro que canta triste

qual o caminho do canto da alma.

Esse, os cancioneiros já encontraram,

e cantam lindamente.

De que vale a veste se o corpo é fantasma?

Espero a consistência que não creio.

Deito e sonho com mais um código,

como se fosse verdade.

Fátima Souza
Enviado por Fátima Souza em 30/08/2013
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