CÓDIGO DE EMOÇÕES
Qual a distância entre o que penso e o poema?
Coragem para tirar do calabouço o pranto contido?
Revelar o rio que sangra sem parar?
Busco a desobediência necessária à criação cruenta,
do poema rebelde, sem regras, eira ou beira.
Vendi a alma e perdi a prudência na insistência
de expor formas, luz e sombra.
Não ouso perguntar ao cego pássaro que canta triste
qual o caminho do canto da alma.
Esse, os cancioneiros já encontraram,
e cantam lindamente.
De que vale a veste se o corpo é fantasma?
Espero a consistência que não creio.
Deito e sonho com mais um código,
como se fosse verdade.