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VERSOS


Dou-te de presente estes versos,
Pobres versos,
Que um dia serão pó,
E sumirão no tempo
Junto com meu nome,
E nem meu codinome
Alguém vai recordar.

Dou-te estes versos reversos,
Avessos, abstersos,
Nascidos dos glóbulos da alma,
Da dor, da fúria, da calma
E da saudade - esta há de ficar...

Dou-te de presente estes versos,
Escritos em páginas virtuais,
Folhas de papel,, livros, cadernos
E na areia, junto ao mar.

E no futuro de um presente imperfeito
(Se houver um apogeu)
Serão homenageados como os versos
De alguém que já morreu.

Dou-te de presente estes versos,
São tudo o que tenho, e saiba,
Podem morrer no anonimato,
Tornando-se, de fato,
Versos
Que ninguém leu.


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 30/08/2013
Reeditado em 30/08/2013
Código do texto: T4459173
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