A FUGA DO VERSO...
Já se vai a madrugada.
Mas o verso não apareceu...
Será que dormes,
Como a muito não dormia,
Buscando a sonhada paz....
Ou se fechou,
Preso a palavra não gritada.
A manhã já desponta, buscando o verso.
O raio de sol,
O medo brusco,
O vazio...
As correntes da solidão,
Podem ter aprisionado o verso.
Não... não...
O verso não se aprisiona, é livre, é do ar...
O dia vai rugindo na sua pressa,
Engolindo meu medo,
Pois sei que o verso ressurgirá,
No poema claro, solto, livre, em paz...
Como a alma do poeta que o canta.