Versos

O que de bom agrado foi dado

Com a mão de ferro não foi extirpado

Os versos que dei estão dados

E se eles têm própria vida

Que decidam o destino

Se pulam do precipício

Ou se se desintegram

Se se tornam rastro de cometa

Das estrelas a poeira

Do luar o silêncio de azul

Do mar as ondas perenes

Das garças as asas dormentes

Que se vão por aí

Porque a mim não pertencem

Nem dizem respeito

Foram versos que vieram em debandada

E aninharam-se no meu peito