SONETO EM DESENCANTO
Estou achando toda curva torta,
toda vida reta, toda folha morta,
paredes sem janelas, portas lacradas,
atirando em tudo acertando nada.
Se vou não chego, erro o caminho,
sonho acompanhado, acordo sozinho,
a minha fé já escafedeu, e nem dei fé,
perdi a condição, fiquei à pé.
Minha esperança dança pela rua,
tenho lembranças dela nua
na corda bamba e de muleta,
mas virou trapezista, malabarista,
e depois disso ficou egoísta,
antes de ir pra sarjeta.
Saulo Campos - Ana Paula G Moreira - Itabira MG