Quo vadis?...

Euna Britto de Oliveira

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O que faço com meu andor?

Passada a vontade de enviar mil mensagens à criatura,

Dirijo-me ao Criador!

Vibram palavras em sua direção...

Junto-me ao coro dos Anjos.

Pela porta estreita, passo

E, vez por outra, descanso em verdes pastagens...

A porta larga conduz ao abismo

O qual não condiz com o meu gosto.

Os pressupostos humanos,

Muitos deles são enganos.

De Paris, entre outros “souvenirs”,

Eu trouxe cinco metros de cetim vermelho

Com delicadas estampas de flores e dragões,

Da indústria chinesa.

Não seda pura, de bicho-da-seda,

Mas sintética mesmo,

Muito bonita!

Comprei-a aos pés de Montmartre,

Num mercado de tecidos,

Para fazer almofadas e alegrar a sala.

Mudei de idéia.

Estendo-a sobre a divisória indiana,

Reúno Índia e China – parte da Ásia – em meu quarto.

Um olho turco,

De uns vinte centímetros de diâmetro,

Pretende catalisar eventuais maus-olhados...

O olhar de Jesus é que dissolve toda inveja e mau-olhado!

Jesus era asiático,

A Ásia, para mim,

É um continente muito simpático!

Fecho-me em preces

Para que Anjos do Senhor me rodeiem

E acampem em volta da minha tenda.

Viver no mundo é muito perigoso,

E não digo isto

Só porque Guimarães Rosa já o dizia...

Sinto-o na pele.

Daí, meu apelo ao sagrado,

Aos Sagrados Corações

Ao Rei dos Reis das Nações!...

Falar com Deus é vocação e obrigação.

Ele mora em nós e

Nós moramos n´Ele!

É por isto que a vida nos namora...

Mas não vou morar sempre aqui,

Haverá um dia em que hei de partir,

Tênue, extenuada,

Eternamente agregada ao divino.

Formo-me em Gente.

Esse curso é premente.

Espero passar de ano.

Espero reforçar o meu conteúdo humano.

Ninguém merece não progredir!

Com santidade gratuita,

Deus ilumina e guia!...

Quanto a Maria,

"Tota pulchra est!"