DO ENCANTO

UM BREVE

ESPANTO !




Espantadas, minhas

sensações

recrudesceram

até que meu olhar de

novo

o teu encontrou...

úmido, brilhante e

cheio de vida.




Ali mesmo estava um

pôr de sol ofuscante

que nas encostas da

montanha

luzia sua despedida,

como se a tarde apenas

dissesse:

a tarde chegou ao fim.




No ar circundante...

havia

um quê de marasmo,

onde eu mesmo me

espojava circunspecto

à espera de uma

silhueta que não surgia.




Mas então ela veio...

sem sol...

mas de nuvens

acompanhada...

daquelas mesmas

nuvens

da noite anterior e

que um

pouco de chuva

trouxera.




Foi quando a vi, num

relance, pelo caminho,

mas ela andara depressa

e estava um tanto triste,

além de aborrecida,

e nem queria muita

conversa...e apenas dizia:

não precisa vir atrás

de mim, viu?




E foi assim

que ali mesmo fiquei...

como

árvore plantada...num

deserto.




Ela não parou...e nem

queria parar...

pois seu caminho no

momento

não era o meu,

mas apenas o dela.




Logo, acelerando o

passo,

ela entrou na neblina

branca

que tudo cobria...

e não a vi mais.




Tudo parecia surreal...

Quando, de repente, ela

surgiu do nada e me

abraçou por trás,

tapando meus olhos

e dizendo:

adivinha quem é ?

Claro que era ela...

brincando de neblina.




Ela sempre era assim...

uma brincalhona

que me fazia de bobo !




E quando eu mal a via...

já não a via.




Ela era apenas um sonho...

aquele mesmo sonho de

ontem.

Apenas um sonho !




Cássio Seagull

em 29-08-13 SP