Alguns Versos de um final de tarde Do fim de um mês de agosto

Alguns Versos de um final de tarde

Do fim de um mês de agosto.

Eu sei meu amor

Que o tempo

Vai riscando com seu lápis

Nossas faces

Nossos sonhos

Nossas lendas

E apagou

Sua louca paixão

Por mim

E um dia vai escrever

Um verso qualquer

Que fiz

Na minha lápide

Fria.

Luiz Alfredo – poeta

Beijei a xícara de chá

Fumegante

E enchi minha mente

De borbulhas caleidoscópicas

Que explodiam

Aos turbilhões

Parecia o começo

Do uni-verso

Eram como bolhas de sabão

Prismáticas

Sopradas por um vulcão.

Luiz Alfredo – poeta

Claro que Deus fez o macaco

E o homem

E que a teoria que o macaco

Veio do amendoim

E o homem do macaco

Não tem fundamento

O homem fala diz

Faz massagem do - in

E voa

Mesmo no 14 Bis

O macaco anda em árvores

E come flores

O homem destrói a floresta

Amazônica

Toma água tônica

E derruba a mata

Com tratores.

Luiz Alfredo – poeta

Esta catedral geométrica

Estas velas no castiçal

Este sino de nobre metal

Esta novena ancestral

Este cálice de trigo dourado

Não pertence a Deus

Ele já tem seu templo

Com tetos de infinitas estrelas

Que moram na órbita

Do seu olhar

Com vitrais iluminados

Por suas íris atemporais

Que nunca transbordam a borda

Da eternidade

Luiz Alfredo – poeta

Ninguém soube deste amor

Não deixei vestígio algum

Sempre guardei segredo

Deste enredo

Nunca abri este novelo

E nenhum lance deste romance

Nenhum capítulo desta novela

Guardado a luz de vela

No escuro do meu coração

Não fiz nenhuma canção

Nem rezei uma oração

Nunca fiz um poema

Ele nunca transbordou

Mesmo quando o luar

Com sua força poética

Elevava as águas verdes

Da minha lagoa

E atormentava meu coração

Com sua maré.

Luiz Alfredo – poeta

Um dia Deus se cansou

Da sua eternidade

E com um pequeno pedaço

Da sua absolutidade

Criou o Homem

Para repartir com ele

Sua eloqüência

Mas o Homem

Logo se perdeu

Não aprendeu a dialogar

Com o Eterno

E que ele tinha chovido

A primeira rosa do jardim

E colocou a bela canção

Em sol bemol

No bico do rouxinol

Luiz Alfredo - poeta

luiefmm
Enviado por luiefmm em 29/08/2013
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