A vida em paisagens interiores!
Corre o Tempo
Na grafia espelhada!
Na essência crítica,
A identidade traduzida
Em armadilhas literárias!
Solte o verbo, vadio poeta!
Destrave a língua
No pensar insone
Da madrugada fria
Que perdeu o diálogo criativo
Encantado com a conjunção
Dos seus lindos lábios.
Indissociável e estimulante,
A palavra tangente
Personifica um paralelo inventivo
Onde a noite soa apenas
Como um ambiente entre
Verbo e imagem.
Use a palavra
Para traduzir-se em liberdade
Que na arte do enredo
Estranhamente se resolve no fim
Num retrospecto prazeroso,
Numa desobediência senil
Onde a memória torna-se
Um anexo em anexo
Ao anexo do anexo
E vai se perdendo
Numa rebeldia tímida,
Arbitrária e rítmica!
E o texto torna-se apenas um embrião,
Um plágio ao contrário,
Equivocado de uma construção
De mim mesmo:
Uma abordagem cifrada
De um sujeito indeterminado
No risco esquecido pela sobrevivência
No contraponto de se explicar
O inexplicável:
A vida em paisagens interiores!