SUA CARCAÇA
Fique aí com seus dissabores,
achando-se uma fruta perfumada e madura.
Você é insensível, imaturo,
nada maduro e já podre, fede!
Preste atenção, o tempo conta o seu tempo,
a porta abriu, a janela se fechou.
Saia, não entre, não torture a sua dor,
achando que se despejando aos outros se aliviará,
pobre coitado, não sabe de nada, nada no seco,
chora bem molhado, vai se afogar,
ou engasgar de tantos devaneios,
anseios por nada e para nada.
Tem muito a perder e nada a ganhar,
somente se lamentará das suas lembranças
faturadas e saturadas.
Fim, acabou!
Fique com o pó da sua carcaça.
Regina Zamora
(Revisado por Marcia Mattoso)