Prece Lúgubre Poética

Nessa prece que é de poesia

entrego todos os meus pecados

até os segredos já soterrados

de outras vidas desmerecidas.

E o verso é de pura oração

além da angústia do coração

que quer amar, que quer perdão;

mas são delírios de comiseração.

Rimo juntando as mãos calejadas

e os joelhos dobrados nas madrugadas

velando olhares de introspecto,

cuidando as atrocidades do interior

da consciência que pede clemência;

gritos afoitos, ingênua demência,

e já é um tempo além do tempo

que eu relembrava encarnações.

Nessa prece que é de poesia

peço a misericórdia da noite,

da estrela, da morte e da vida

que segue inexata e metamórfica.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 28/08/2013
Código do texto: T4455283
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.