Versos Gelados

Do dia frio um sentimento merencório

mas, a poesia aquece, reanima

toda a fragilidade que coexiste

nessa simbiose humana e triste.

Do dia frio um bafo quente enevoado

mas, o beijo do silêncio entrecortado

pela lâmina afiada do destino;

pelo bucolismo que antevê o desatino.

Do dia frio aquelas dores lancinantes

mas, meus ossos rangem com o tempo,

na cidadela que criei imageticamente

somente para morar perto do céu.

Do dia frio uma manhã ensolarada

e os pássaros, são fuligens matutinas

sobrevoando pelos jardins tão ressecados

onde plantei aquele livro resumido.

Do dia frio o meu calor sacode infernos

d’onde roubei as folhas secas do inverno

para riscar livre e profundo esse poema

e relembrar alguém que ler das nostalgias.

Do frio das letras douradas, condecoradas,

um sentimento desconexo enviesado

que solitário faz-se sombrio e iluminado

nesse obscuro contemplar d’algum final.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 28/08/2013
Código do texto: T4455282
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