Anjo sem Asas
Quem poderia entender a dor de minha vida
Não, não tu! Tu não poderias
Jamais sentirá o sabor maldito de meu sangue
Sangue meu que por dor corria
Anjos quebrados, sem asas maltratados
Entendo a dor que te arrebate
Levante o corpo dessa pedra obscura
E fuja dos malditos do abate
O massacre de nossa raça perpetua
Jamais ouvirão os nossos contos
Não viverá mais um de nós, eu sei
Não deixarão sequer um nó sem pontos
Anjos meus que estão sem voz, me digam
Quem um dia entenderás nossa dor
Cobriram nossos sonhos com seus medos
Gritando ameaças de pudor
Oh senhorio de todos santos
Agora entendo sua jornada no deserto
Um lugar para aliviar seus prantos
sem nenhuma maldição por perto
Mas como posso fugir de mim mesmo
Se dentro de mim está quem me persegue
Já me arrancaram as asas e eu chorei
Onde será que não conseguem?
Ninguém nos salvará essa noite, não vão...
Não há salvação para aqueles como nós
Somos apenas uma sombra na história
E amanhã seremos pós
A luz do dia irá se por pela ultima vez
Ao menos para mim assim será
Sinto dor de onde um dia havia asas
Que ainda sonho que a dor trará
Como puderam levar a dádiva de voar
Por entre nuvens e estrelas a cantar
Mas minhas asas aqui já não estão
E entre terras perecerei a chorar...