PENUMBRA

Num atalho da vida,

na vila, sentado na mó,

achei no meu rancho

árvore de uma fruta só,

inda verde prá ser mordida,

uma belezura coberta de pó.

Fui na cacimba

peguei água, rompendo cipó.

Cortava a braquiária

tão profundo que dava dó.

Lavei-a sem tirar do pé,

ressaindo o brilho sem nó.

Todo dia cruzava o atalho

só prá vê-la bela, um xodó.

De madura, soltou do galho.

Deu uma semente só.

Germinou em terreno alheio,

levada por um curió.

JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS
Enviado por JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS em 27/08/2013
Reeditado em 11/02/2016
Código do texto: T4454508
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