O valor das coisas e o preço delas
Desde criança, inocentes
Decentes, pequenos seres
Buscam entender,
O que é valer mesmo
O que agrega ao viver,
Tendo o quê de preço?
Antes mesmo de saber
Vai dar valor, vai julgar
Por cifras determinadas
Cravadas no seu poder
Ludibriadas por seu olhar
Podem até poder associar
Mas não vais compreender
Muito que vale não é tabelado
Pode até ser rotulado
Mas sem dono e sem poder
E nada compra o sorriso
A vontade do fazer e ser
De ver, dizer e ser,
De ter o poder de ser
Através das cifras e tabelas
O capital não vai matar tudo
Pode mudar a moral
Entorpecer o mundo
Pode engrenar uma outra lógica
Pode enlouquecer a verdade
Mas o preço da coisa e o seu valor
São ainda vistos mesmo ao torpor
A doença da ilusão, a realidade cura
Mesmo sendo dura; olhares, perfumes
Toques, confianças e posturas,
São o valor de qualquer razão
São tudo que vale num nascer e morrer
São um legado de uma visão
Do divino, sem forma, mas aconchegante
Teoria bela e elegante,
Do sóbrio responsável pelo mundo
Que capitalizou o que vale tudo
Menos o que vale ele para o resto
Pois se não se tem valor do simples,
É impossível de dizer: "Eu presto"