Esquinas Profanas

Esquinas profanas, encruzilhadas,

com sementes de alguma planta alucinógena

e barulhos sinistros vindos da mata

tão virgem com seus filhos elementais.

Esquinas profanas, encruzilhadas e botequins

repletos de kamikazes da segunda guerra

bebendo saquê em copos plásticos

mas, seus aviões já não tem conexões.

Esquinas profanas, mucamas e encantamentos

chicoteados aos gritos pelo sacerdote

e ao longe luzes pálidas de holofotes,

e ao longe uma fogueira cercada de dançarinas.

Esquinas profanas, camas, lençóis e gemidos

nas janelas de motéis baratos que não posso pagar

mas, na sarjeta um naco de pão velho;

salvador do meu almoço, pedaço do meu jantar.

Esquinas profanas, encruzilhadas,

pactos de um guitarrista jazzístico alucinado

e também mais um diabo, velho e corcunda,

e um alforje com lamparinas e almas penadas.

Esquinas profanas, versos sussurrados e poesias,

místicas, holísticas ou valvuladas,

e no relógio que marca a hora da morte

ponteiros indicam que a vida apenas começou.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 27/08/2013
Código do texto: T4454207
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