[O estado de amor]
De todos os estados do ser,
só aquele “estado de amor” —,
sublime turvação da razão,
música para os sentidos acarinhados —
merece ser vivido...
Mas, para nossa maior infelicidade,
nem sempre o amor é reconhecido,
e passa... passa como uma leve
aragem noturna, rumo às estrelas;
perdido está para sempre...
E se ao depois,
alguma mágoa nos assiste,
então, o grita-nos o óbvio —
todo perdão é falso, pois,
com licença da rima idiota,
a mágoa
não é
um risco
n'água!
Vinco eterno, um rumor apto
a se tornar uivo, a mágoa fica —
fica sempre aquela surda dor de...,
Fica para todo o sempre
esculpida no inferno escuro
da memória implacável.
[Amor: só pode haver um]
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Desterro, 27 de agosto de 2013]