ESCOLHA ERRADA
Eu via tudo andar à roda,
mas a roda saía do seu lugar.
Seria ilusão minha, ou outra coisa?
Na minha inconsciência que pelo silêncio guardava os pedaços
que a vida me sangrou sem prévio aviso.
A visão perturbada da minha existência irreversivelmente condenada
ao triste fim, nas horas e instantes de vácuos pensamentos.
Uma psicose existencial da minha ineficácia,
e aglutinação do sentido prático,
que o meu cérebro se processava em combinadas ilusões,
que me transportavam para um mundo,
onde o abismo era um preço a pagar pela minha insensatez.
Mas quem nunca foi insensato?
Eu na minha modesta e singela pessoa humana, devotei-me a um retrocesso
progressivo, feito a partir de reações menos refletidas.
Um preço alto a pagar por indiscriminadamente pensar em querer atingir o inatingível, sabendo ante mão que o atingível estava ao meu alcance.
Meus olhos não viram o que se apresentava como certo,
e a minha escolha preferiu o caminho incerto,
a que o meu desgraçado oficio culminava em mais um erro incompreensível.
AUTOR: Angelo Augusto