MENINOHOMEM
...que brinca com a vida como um brinquedo preferido,
que ri quando deve chorar,
que chora se é pra sorrir.
Menino querendo crescer,
homem que não foi criança:
madureza precoce num alvorecer de esperança
antes do dia nascer.
Menino lindo do sorriso inebriante,
pérolas de inestimável valor.
Olhar de brilho-diamante,
sóbrio embriagar da dor,
na dor que lamenta o brinquedo perdido,
no riso que brota sem saber.
Menino-homem que me ensina a viver,
dê-me essa alegria juvenil,
um pouco dessa sua integridade de conde.
Como posso te encontrar, me diga onde!
Como posso suplantar o que faltou?
e ser aquilo que precisas ter
ou ser o resto a completar o que é inteiro.
Menino-homem que me deixa assim,
homem-menino matreiro,
sutilmente audaz e sonhador,
bravo como um jovem gerreiro,
um terno infante desbravador.
Homem-menino que me deixa enfim,
ao fim de um novo começo.
Homem que vive em mim.
Menino que não me esqueço.