Tolheram-me os músculos

Tolheram-me os músculos

As vísceras, as células

Todo o conteúdo do corpo

Da cabeça e membros

Não escapando sequer a alma

Deixando-me brutal prejuízo

Por se tratar de real martírio

Ainda me dizem assim:

Tudo porque consentiste

Impossível, porquanto

Queria apenas brilhar

Ser que nem uma estrela

Mas uma estrela permanente

A guiar pessoas para Deus

E hoje, já declinando

Quedo-me a pensar sempre

São tantas as estrelas

Acima de minha cabeça

Eu as admiro, e elas?

Não me conhecem, sou anônima

Fico, pois, desprotegida

Desgarrada e os ombros pesados

Dos anos, do efeito idosa.

Batalha – Piauí, 05/11/2009

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Francisca Miriam Aires Fernandes, em "Poemas Sem Título para Maria Miracir Aires de Carvalho", 1ª edição, CBJE, Rio de Janeiro, 2012 (Página 34).

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 27/08/2013
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