PALAVRAS, SÓ PALAVRAS


Trazem-me  lembranças,das noites sem par,as tardes,
Em que juntos, nas calçadas, olhávamos o entardecer,
Sentados em bancos brancos , e ao ver o sol declinar,
desvarios foram tantos e tamanhos,felicidade singular.

E um dia de repente, foi-se o par, só, surpresa ímpar,
E o par que cá restou,murmurava : ai que saudades!
E eu  cá estou a  ouvir-te,  e eu cá estou a  falar-te,

quanto custa, qual o peso,d'uma dor,d'uma saudade?

E falo-te em pensamentos, palavras vãs, sentimentos,
E sou eu toda palavras: palavras aflitas, desesperadas,
Palavras acerbas,acres e fel,tudo e nada,só movimento.


Palavras cruéis, vergastas, lágrimas vertidas, sem nortes,
sós, só lamentos, que sem par, fluem  vis,  desencantadas,
acres no seu momento,palavras vis, só palavras,palavras
soltas ao vento!
Fátima Trinchão
Enviado por Fátima Trinchão em 26/08/2013
Reeditado em 25/11/2017
Código do texto: T4453298
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