De minha janela II
O dia amanhece com perfume de flores.
Vejo os pássaros na mais linda cantoria,
Eu os vejo de galho em galho e no chão,
Uma bicada e ciscada felizes em liberdade,
Em pares acasalam-se em danças exóticas.
O Sol atravessa uma árvore neste instante,
Aos meus olhos embevecidos desta magia,
Vejo um beija-flor chegar num voo rasante,
De manobras perigosas para uma falsa flor,
No plástico vermelho seu bico sente prazer.
Já ouço sons desordenados, asas se batendo,
Assustados com os apressados transeuntes,
Numa corrida maluca para seus afazeres.
A cegueira que impede de ver o amanhecer,
São pássaros urbanos na maldita competição.
O barulho na crescente agride meus ouvidos,
São buzinas, motores, sirenes sons de celulares.
Quebram a serenidade desta linda manhã,
Roubam a cantoria dos pássaros do jardim,
Fecho a janela sobre a cidade, já é a rotina.
Toninho.