Do Ciúme

De repente, veio o ciúme (vestido de flores delicadas)

e deixou todas perfumadas, as inseguranças do meu curtume;

mas, escondidas nesse perfume, haviam lâminas afiadas...

que me deixaram cortadas, as narinas...e cheirando a estrume.

No começo, o riso vinha pela graça de se sentir cuidado;

como quando se é machucado mas (o gesto) também, acarinha;

e, depois de toda risada minha, o coração foi afogado...

num oceano enciumado que, porto-seguro, já não tinha.

Naquela nublada tortura de já não enxergar a paz perdida,

o amor (ensolarado de vida), sofreu a chuva da loucura...

a tarde clara, ficou escura e, a noite, mais escurecida

numa escuridão enlouquecida e sem a lua da ternura;

somente a chuva de ponta dura (de um ciúme suicida)

que não se mata, só convida a achar a morte quem não procura.

25-08-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 26/08/2013
Reeditado em 10/12/2015
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