Dia do vidro quebrado.

Uma noite de sono perturbada

Até parou o frio da noite

Mas, mesmo assim, eu continuo tremendo.

Sombras na noite,

Através da minha janela, eu vejo...

Correndo rápido, fora da luz.

Muitos movimentos bruscos

Tudo acontece sob um silêncio negro.

Algumas centenas de homens marchando

Caminhando em seus calcanhares

Ao longo da vida, eu aprendi a dormir com um olho aberto

E pelo vento, saber de onde vem a chuva

Eu já sobrevivi a alguns invernos antes

Mas, eu tenho a má sensação, de que seja o ultimo

E não apenas para mim.

De repente o silêncio foi quebrado junto com o vidro

Pequenos cristais arremessados para todo lado

E então, sem mais silêncio, sem mais frio

O sangue ferveu, então corra e se esconda

Salve-se como puder.

Um massacre sem sentido ou razão ou por que

Malditos cães, nos pegaram de guarda baixa

Muitos de nós pagaram o preço

Porém, nossas vidas tem um preço baixo.

Vidros estilhaçados pelas ruas

Sangue e homens caídos

A noite mais longa de todas

Ou, curta demais para nós

Silêncio rasgado pelos rifles

E salvas de tiros sem fim.

O sangue corre para os bueiros

Levando os cacos de vidro

Restando apenas história para contar

Os corpos já foram levados.

Sem culpados.

Não há culpados.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 25/08/2013
Reeditado em 03/08/2020
Código do texto: T4451631
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