Dia do vidro quebrado.
Uma noite de sono perturbada
Até parou o frio da noite
Mas, mesmo assim, eu continuo tremendo.
Sombras na noite,
Através da minha janela, eu vejo...
Correndo rápido, fora da luz.
Muitos movimentos bruscos
Tudo acontece sob um silêncio negro.
Algumas centenas de homens marchando
Caminhando em seus calcanhares
Ao longo da vida, eu aprendi a dormir com um olho aberto
E pelo vento, saber de onde vem a chuva
Eu já sobrevivi a alguns invernos antes
Mas, eu tenho a má sensação, de que seja o ultimo
E não apenas para mim.
De repente o silêncio foi quebrado junto com o vidro
Pequenos cristais arremessados para todo lado
E então, sem mais silêncio, sem mais frio
O sangue ferveu, então corra e se esconda
Salve-se como puder.
Um massacre sem sentido ou razão ou por que
Malditos cães, nos pegaram de guarda baixa
Muitos de nós pagaram o preço
Porém, nossas vidas tem um preço baixo.
Vidros estilhaçados pelas ruas
Sangue e homens caídos
A noite mais longa de todas
Ou, curta demais para nós
Silêncio rasgado pelos rifles
E salvas de tiros sem fim.
O sangue corre para os bueiros
Levando os cacos de vidro
Restando apenas história para contar
Os corpos já foram levados.
Sem culpados.
Não há culpados.