Impermanência

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Inquieta, busco o ramo do alecrim cheiroso

Porque o mundo hoje não tem cheiro de nada.

Atolei meus pés na lama da porteira do curral

Mas isto já vai longe, faz tempo...

Os fazendeiros todos passam

As fazendas se repassam

Seus limites mudam...

A única coisa permanente

É a impermanência.

Fui à praia a pé.

Intensa sensação de vida,

Chuto a água como fazem os animais

Com suas patas, depois de

Caminharem na areia

Léguas e léguas...

Onda quebrada é água esbagaçada.

Morar no seco, ô vida!

Meu coração se abre como o mar Vermelho

Para deixar passar a Verdade!

Tento me despir

Mas um arrepio me reveste.

Caju, pitanga, cansanção, urtiga,

Flechas feitas em Porto Seguro;

A minha é mais simples, dos machacalis.

A resistência tem limites

E até o ciumento tem sua paciência

Só até certo ponto!

Qual a princesa que não tem ou teve

Um vestido cor-de-rosa?...

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Dedico este poema à querida Carmen Dora, de Santo André -SP,

pela permanência de nossa amizade virtual, tão real, que desafia toda impermanência...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 11/04/2007
Código do texto: T445128