VENTO DE INVERNO
 
 
Esse vento destrói os ninhos,
azeda as palavras.
Põe pedras no caminho,
acorda as larvas.
 
Vento de fim de inverno,
repulsante como rojão.
Incendeia raios de sol
até dentro do coração.
 
Sem paciência pra esse vento
que me grita: estou aqui.
Varre nos meus pensamentos
até o que eu mesma já esqueci.
 
Vá vento cortante, andarilho,
vá pras montanhas ao longe.
Leve também o brilho
do mal que se camufla, se esconde.
 
Um dia, de algum lugar me  virá
o sopro de um vento amigo
pra neste olhar, secar as lágrimas
sem precisar  barganhar comigo.


(Direitos autorais reservados).
Imagem: Google
 
 
 
 
 
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 25/08/2013
Reeditado em 29/09/2013
Código do texto: T4451014
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