Filme
Num lugar azul da memória,
Dentro deste quarto,
O ballet inglês
E a performance dos bailarinos em forma
Mistura-se ao dobrar de uns sinos...
Fura-me o peito uma pergunta velha:
— O que estou fazendo aqui?
Cada bailarino
É um treinamento intensivo
Uma intensa história de vida.
A moça húngara saltita uma música magiar.
Uns meus pensamentos em ser grandes coisas
Morreram todos meninos.
Sabia quem era Ada Rogatto, Anésia Pinheiro Machado...
Bailarina, nunca pensei...
Mas Aviadora, eu sonhei em ser!
Também pensei em ser Médica...
De tudo,
O mais importante,
Mais do que ter uma bela Profissão,
A vida adulta me mostrou
Que é ser Pessoa
E ser Ética!
No próximo filme,
Eu me antevi bonita.
A poesia hoje me visitou de cabelos ruivos...
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Ada Rogatto e Anésia Pinheiro Machado - Pioneiras - Aviadoras brasileiras
Ada Rogatto - nascida em 1920, em São Paulo, onde morreu em 1986, Ada Rogatto foi a primeira mulher a atravessar os Andes, sozinha, em um paulistinha, avião sem a menor infra-estrutura.
Fez essa travessia 11 vezes . Além disso, foi a primeira mulher a sobrevoar a Amazônia, o que a fez ser uma das pioneiras no contato com os índios da região.
Como em toda história prodigiosa, Ada passou por momentos difíceis e nunca se casou ou teve filhos, o que dificulta a apreensão do material sobre a sua vida, espalhado por diversas casas e museus.
Em 1948, ela foi a primeira mulher a jogar inseticida, do avião, contra a broca do café, uma praga perigosa. Por conta do ineditismo do seu feito, não se sabia como usar o inseticida, que foi colocado na parte frontal do avião. O veneno espalhou-se no seu rosto, o que ocasionou uma queda e deixou em Ada seqüelas para sempre.
Mas Ada continuou voando e chegou a adquirir seu próprio avião Cessna, o qual no fim da sua vida doou para o Aeroclube Paulista, do qual foi membro atuante. Também fez parte da Fundação Santos Dumont e do Instituto de Genealogia, outra de suas paixões.
Apesar de ser pouco conhecida hoje, os feitos aéreos de Ada foram tão importantes que os astronautas americanos, quando vinham ao Brasil, faziam questão de conhecê-la...
Anésia Pinnero Machado
Anésia Pinheiro Machado (Itapetininga, 5 de junho de 1902 — Brasília, 10 de maio de 1999) foi a primeira mulher a se habilitar e a trabalhar como aviadora no Brasil. Iniciou seus estudos em 1921 e já no ano seguinte recebia seu brevet internacional pelo Aéro Club do Brasil. Ainda no mesmo ano, realizou seu primeiro võo interestadual de São Paulo ao Rio de Janeiro, como parte das comemorações do centenário da Independência do Brasil, e participou de uma apresentação de acrobacias aéreas.Por estes, foi pessoalmente homenageada por Santos Dumont. Entre 1927 e 1928, manteve uma coluna dominicial sobre aviação no jornal carioca "O País". Em 1943, fez curso nos Estados Unidos, onde também se licenciou como piloto e instrutora de vôo. Entre seus feitos pioneiros, destacam-se uma travessia da Cordilheira dos Andes e uma viagem transcontinental pelas três Américas, ambos em 1951. Em 1954, foi proclamada pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI), durante a Conferência de Istambul, Decana Mundial da Aviação Feminina. Recebeu dezenas de condecorações civis e militares, nacionais e estrangeiras. A urna com suas cinzas está depositada no Museu do Cabangú, na cidade de Santos Dumont,MG.
O primeiro vôo interestadual
Com apenas vinte anos de idade e cinco meses após obter seu brevet, Anésia decidiu fazer o vôo entre São Paulo e Rio de Janeiro como forma de participar das comemorações do centenário da Independência e não imaginava que causaria tanta sensação, conforme afirmou em entrevista concedida em 1961 ao jornal The Evening Star , de Washington.
A viagem foi realizada no monomotor Caudron G-3, batizado de Bandeirante, o mesmo em que aprendeu a voar.
A viagem durou quatro dias, de 5 a 8 de setembro. Anésia voava, no máximo, uma hora e meia por dia, quando tinha que pousar para reabastecimento e revisão da aeronave.
Anésia foi recepcionada no aeroporto do Rio de Janeiro por autoridades do governo e populares, dos quais recebeu flores e outros presentes.
Naquela ocasião, Santos Dumont presenteou Anésia com uma medalha de ouro, réplica de uma que ele próprio havia recebido da Princesa Isabel, e que Anésia levou sempre consigo ao longo de toda sua vida, por considerá-la seu amuleto de boa sorte.