Turbulências


Meus dias atarefados seguem cheios:
O celular toca, o interfone apita
No trabalho, na oficina, nas reuniões
Chacoalhantes turbulências!... tudo urge!

Virei um ser exótico, espaçosa...
Navego a internet curiosa... um olho
No oriente e outro no ocidente.
Teclo mil letras em poucos segundos.

Tamborilo na mesa umas dúvidas
Por um minuto breve, passageiro...
E, faço um café e o sorvo por inteiro,
Não há tempo pra meio-termos.

Quanto esforço pra alcançar o cimo!
Sem destino, nem vida de madame,
Pra sacudir o desalento que me pisca,
Dinâmica, cá estou eu a vencer etapas.

Nuvens se espatifam no céu cinzento
E descem... tufão vertiginoso!
Rolinhos de vento se infiltram pela fresta,
E, meu pensamento vagueia transcendental.

Ah! Quem me dera aquele sossego...
Escorregar na grama, brincar no lago,
Me enroscar nos galhos da goiabeira,
Onde tudo era manso na casa da nonna.

A suave calmaria que um dia havia,
Nesses meus dias... já não há mais!


_____________________________________
___
                                                                IZABELLA PAVESI
__________________________________________
                                                                        
imagem: internet