ANTIGUIDADE PÓSTUMA
almocei codornas recheadas
mas prefiro os rins dos inimigos
afinal
não sorvo saladas de frutas
temperadas com a mágoa dos idiotas
velhos demônios e os novos
desafinam guitarras-tritonadas
que centauresas promíscuas
aproveitam chafurdando
onde os vermes afiam os dentes
na carne podre da moral em ruínas
igrejas abandonadas servem de abrigo
às almas rastejantes
quando o menestrel entoa o corvo do espírito
e os átomos vazam sangue
no que você achava metal
mas era apenas o fóssil
de uma antiguidade póstuma