chão

na solitária

descobri só

que o relógio não para

corre ligeiro

sem paradeiro

tabufe

eu vi primeiro

nem segundo nem terceiro

interessa

passar a ser certeiro

chega de dar

tiro a esmo

dois canos fumegantes

sangrando aos montes

embalado no banheiro

sempre estava sozinho

guardado num quarto

grilado com os vizinhos

no meio do mato

bolado com os trieiros sombrios

fatidico destino

escravizado pela liberdade

a linha arrebentou

com a força do ar

o vento levou

sonhos de ser

haver portar

virado no prato

espalhado pelo chão

ariscado é continuar

ser escravo da poeira

fazer do óleo combustível

pra engrenagem rodar...

Marco Cardoso
Enviado por Marco Cardoso em 22/08/2013
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