chão
na solitária
descobri só
que o relógio não para
corre ligeiro
sem paradeiro
tabufe
eu vi primeiro
nem segundo nem terceiro
interessa
passar a ser certeiro
chega de dar
tiro a esmo
dois canos fumegantes
sangrando aos montes
embalado no banheiro
sempre estava sozinho
guardado num quarto
grilado com os vizinhos
no meio do mato
bolado com os trieiros sombrios
fatidico destino
escravizado pela liberdade
a linha arrebentou
com a força do ar
o vento levou
sonhos de ser
haver portar
virado no prato
espalhado pelo chão
ariscado é continuar
ser escravo da poeira
fazer do óleo combustível
pra engrenagem rodar...