TEMPESTADE
Elane Tomich
A dádiva da tempestade
incita-me ao mar remoto
onde o azul se transforma
em porquês de maremoto.
Lá minhas poucas verdades
agitam a questão que se forma.
Onde o mar vira espelho,
miro-me no verso do verde
ponto de inversa beleza
e vejo quanto está velho
o que em se esquecer se perde,
no proceder da certeza.
Lá onde o mar se contorce
dança de naja encantada
sobre dunas de segredos,
calando o espanto no aporte
às águas dos afogados
e aos matizes do medo.
Entre o verde e o azul,
prefiro a escolha do vento
Sem norte vadia o destino.
gela um desejo ao sul
na vírgula do advento,
do não sei, mero inquilino
pasmo da exclamação
entrando dentro da gente.
Imenso, o dizer do mar,
em ondas de interrogação,
da dúvida, meio -ambiente
em verde de azul buscar...
***
...Marulhas de matutar...