QUEM É QUE SE IMPORTA?

Sou sim, o poeta da saudade

e do silêncio das horas mortas.

Saudade dos tempos em que o sorriso

e a ternura eram chaves

para descerrar janelas e abrir portas.

Saudade dos tempos em que se vivia

com_paixão.

Saudade do tempo de ser no lugar de ter.

Hoje os tempos andam bicudos

e um ódio surdo faz as alegrias tortas.

Já vi de um tudo e sei que muita gente

pensa que pobre é apenas o indigente.

De minha avó, certa vez, ouvi essa joia rara:

“Pobre mesmo é quem tem muito dinheiro

na conta e pouca vergonha na cara.”

Palavra é gume, faca afiada que corta.

Mas, hoje, quem é que se importa?

José de Castro
Enviado por José de Castro em 22/08/2013
Reeditado em 22/08/2013
Código do texto: T4445880
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.