coração guardado
há nela, o corpo puro,
a coisa iluminada
a verdura fresca
a beleza plástica
da vida invertebrada
há nela, o horizonte
claro, de beleza rara
um trote de égua
que tilinta a paisagem
há o fogo da juventude
comendo sua carne,
roendo seu corpo
( cavalos trotando
o tempo já não está morto
há nela, a puta assanha
a ternura vassala
e ponte dura e movediça
que me leva ao outro lado
como num rito de passagem
que arrancará do invólucro
esse coração guardado