coração guardado

há nela, o corpo puro,

a coisa iluminada

a verdura fresca

a beleza plástica

da vida invertebrada

há nela, o horizonte

claro, de beleza rara

um trote de égua

que tilinta a paisagem

há o fogo da juventude

comendo sua carne,

roendo seu corpo

( cavalos trotando

o tempo já não está morto

há nela, a puta assanha

a ternura vassala

e ponte dura e movediça

que me leva ao outro lado

como num rito de passagem

que arrancará do invólucro

esse coração guardado

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 21/08/2013
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