clara e profana, perversa,
a vida se deixa
ser na madeira madura
na pedra escura
nas entranhas da terra,
insegura, a vida arde nas notas
da carne, nas artérias
do medo, na superfície
porosa dos ossos
na pequeneza das palavras
insegura, a vida existe
clara e profana, perversa,
e inalcançável é o sonho
de prendê-la