RETRATO

Que tal um beijo?

Um abraço gostoso?

Que tal um cafuné,

uma palavrinha

sussurrada ao pé da orelha?

Que tal um pouco mais de nós

e que tal mais pouca roupa?

Sim, é isso que eu digo...

às vezes me visto de cinza

e meus poemas são por vezes tristes,

mas eu não deixei de ter em mim

a vontade de estar em ti...

Não... não julgues mal!

Sou feminina o bastante

para te seduzir...

como um nu em preto e branco.

Sim, são duas partes de mim...

uma pra dentro do que sinto e penso...

outra pra fora que são só sorrisos.

Todas nós somos assim...

Por isso tu que me lês

e sabes bem quem eu sou

não aches que quando estou triste

eu vá permanecer triste...

eu posso sorrir de novo!

Mas também posso zangar-me,

emudecer, cair a cadência dos versos.

Ser mais obscura. Posso odiar às vezes...

mas sendo alegre ou triste

serei sempre aquela Sophya

dos olhos altivos...

os mesmos olhos vivos

e que por isso choram

e que por isso riem...

A poesia é o meu retrato, se não do meu rosto, pelo menos daquilo que se passa em mim. Poema sincero.