A MULHER QUE PASSA

Aquela mulher que passa

deve ser feita da areia

de várias perdidas épocas.

Tem o doce olhar vagante

das primogênitas do velho Egito.

Seu caminhar determinado lembra

passos que conquistaram civilizações.

Seus gestos simplificados

dissolvem-se como pétalas caídas.

Sua voz pressentida deve ser

como o som eólico da harpa.

Assim imagino a mulher que passa.

Um elo entre a realidade luminosa

e a fantasia inesgotável do poeta.

Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 20/08/2013
Reeditado em 20/08/2013
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