QUEM VOCÊ É
Hoje o céu se deita em silêncio profundo
Tão azul, tão adormecido
Os pássaros partiram e com eles as asas da liberdade
Utópicas asas dessa fome que não se mata
Há um quadro de seres humanos repetindo ações
insanas
São escravos do ter, são predadores da vida
E lá vai ela se perdendo pelos caminhos
Tic-tac. Há um relógio marcando o seu tempo
Tic-tac. Seu tempo finito
O tempo finito dos sonhos e da própria existência
O que há na sua bagagem?
Quantas bugingangas que valem apenas ouro...
Pesada demais para quem tem as horas contadas
O que há de valor nessa sua bagagem surrada?
Hoje talvez você tenha feito os mesmos caminhos,
repetido velhos discursos, trabalhado da mesma maneira,
em prol dos acúmulos de ouro, prata. Buginganças!
Seres humanos saidos de fábricas, produzidos em séries,
apenas massa da massa
Você não sabe sonhar, não sabe quem é, não tem identidade
Voce é apenas massa modelada, com chips implantados
Tic-tac. Seis da manhã, acorde!
Tic-tac. Meio dia, almoce!
Tic-tac. Ganhe, compre, ganhe, compre, compre, compre...
Tic-tac. Seu tempo acabou !