Divagando sobre "Ela"

Que me perdoem os puristas, que seu nome não citam,
Certamente por mero preconceito talvez, imagina,
E também os pseudo intelectuais, que a abominam,
E preferem chamá-la pejorativamente de "vagina".
Em “Detalhes de Vênus III” ternamente a descrevi,
E a cantei, decantei e expressei em meus versos,
Todo o enlevo, carinho, amor que sempre senti,
Por esta parte tão linda de teu corpo, meu universo.

Em tantos outros me perdi em profundo devaneio,
Comparei-a a flores, descrevi-a como singelas rosas,
Exaltei seus rubros botões entreabertos ao meio,
0 mais puro de ti, expressando-me em minhas trovas.
Sempre a cantei em êxtase, venerando sua essência,
Procurando jamais mostrar-me vulgar, pejorativo,
Citando-a carinhoso em diminutivo, pura inocência,
Deste amor imenso que vivi e por ela ainda vivo.

Em outro, mostrei-a como o mais puro instrumento,
Címbalo, de onde extrai em êxtase, no mais suave delírio,
Inebriado por seu suave olor, repleto de sentimento,
Beijei, soprei, suguei, mordi, venerei-a como um lírio.
Em busca da perfeita forma que melhor a defina,
Finalmente vejo, ao final de minha infinda busca,
Que os alemães me precederam e a eternizaram, menina,
Ao idealizarem e a exibirem no capô de um mero fusca.

Nada como a simplicidade...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 20/08/2013
Reeditado em 10/10/2013
Código do texto: T4443070
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