AS CICATRIZES DA ALMA

ERAM NOVE HORAS

ELE CHEGOU A PRAÇA

SENTOU NA BEIRA DA CALÇADA

OLHOU O RELÓGIO

E PÔS-SE A ESPERAR

O SOL SUBIA

O TEMPO PASSAVA

ELE OLHOU PRO RELÓGIO

JÁ PASSAVAM DAS ONZE

OLHOU PRUM LADO

OLHOU PRO OUTRO

SENTOU SE NUM BANCO

ABRIU A SACOLATIROU A VIOLA

PRA PODER DEDILHAR

SEU RELÓGIO

JÁ IA PRA LÁ DAS TREZE HORAS

LEVANTOU SE

PASSOU O LENÇO NO ROSTO

PRA ENXUGAR O SUOR

UM SUOR FRIO

QUE ELE NÃO SABIA SE VINHA DO SOL ARDENTE

OU DA ALMA CARENTE

DE REPENTE, OLHOU PRA CIMA

JÁ ERA NOITE

ELE LÁ SÓ

ELA NÃO VEIO

LEVANTOU SE ENSACOU A VIOLA

VOLTOU A CAMINHAR

CAMINHAVA SEM DIREÇÃO

DOR EM SEU CORAÇÇÃO

A CHINELA ARRASTANDO NO CHÃO

PASSOS LENTOS

SEM HORIZONTE , SEM RAZÃO

A NOITE ESCONDIA

A PEQUENA LÁGRIMA

QUE LHE ROLAVA NO ROSTO

A NOITE ESCONDIA

AS CICATRIZES DA ALMA

QUE TEIMAVAM EM SANGRAR

JEMAVENI

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WHYTTIFIELD
Enviado por WHYTTIFIELD em 20/08/2013
Código do texto: T4442692
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