RASGOS NA ALMA

Chorar, apiedar-se,

entregar-se ao pranto da própria tristeza.

Assumir a fraqueza diante dos alheios,

desnudar as virtudes por todos os meios,

e moldar-se no espelho de tamanha aspereza.

E o que dói fortalece no desvencilhar das amarras.

Nas tantas mudanças, pouco permanece inteiro.

Arranhões, estilhaços, fragmentos inúteis,

coisas que jogo fora, pedaços tão fúteis,

e que fique somente o que for verdadeiro.

MORGANA CANTARELLI
Enviado por MORGANA CANTARELLI em 20/08/2013
Reeditado em 20/03/2019
Código do texto: T4442671
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