RASGOS NA ALMA
Chorar, apiedar-se,
entregar-se ao pranto da própria tristeza.
Assumir a fraqueza diante dos alheios,
desnudar as virtudes por todos os meios,
e moldar-se no espelho de tamanha aspereza.
E o que dói fortalece no desvencilhar das amarras.
Nas tantas mudanças, pouco permanece inteiro.
Arranhões, estilhaços, fragmentos inúteis,
coisas que jogo fora, pedaços tão fúteis,
e que fique somente o que for verdadeiro.