Da Voz - II

quando vem a sua voz (chamando para o nosso passado)

ouço o que foi falado no mudo amor entre nós

um eco de silêncio atroz, gritando alucinado

para ser escutado por um surdo ciúme algoz

o que mexe com minha paz, não é sua voz de agora

porque já foi a nossa hora e ela não fala mais

é o passado quem faz essa minha tortura sonora

ciúme que devora a culpa que não tive jamais

se a sua voz evito, é pelo passado presente

que ficou sonoramente machucando como um grito

por tudo que não foi dito num dizer repetidamente

sufocado, frágil, silente...por um ciúme maldito

que não ouviu o bonito amor que falou entre a gente

e que hoje fala carente...e eu já não acredito

18-08-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 19/08/2013
Reeditado em 10/12/2015
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