AGÔ ILÊ AIYÊ
Tira essa cor pálida da minha cara
O verde dos meus olhos e o liso do meu cabelo
Põe em meu corpo a marca da chibata
Quero ver minh’alma refletida no espelho
Meu passado me envergonha
De casa grande e latifúndio
Enquanto tu, negro, se lembra da senzala
Lembro de ser sinhá dona do mundo
Mas perdoa essa branca sem história
Se o meu corpo tremer ao som do tambor
Perdoa eu não ter luta na memória
S'eu me reconhecer no teu grito de clamor
Por que é no compasso da tua dança
Que meu corpo vai além
É na fé da tua crença
Que meu santo diz amém
...Por que cá dentro de mim, eu sou sim negra também!
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A poesia gira na Sociedade dos Poetas Por Vir
http://sociedadedospoetasporvir.blogspot.com.br/2013/08/ago-ile-aye.html