AGÔ ILÊ AIYÊ

Tira essa cor pálida da minha cara

O verde dos meus olhos e o liso do meu cabelo

Põe em meu corpo a marca da chibata

Quero ver minh’alma refletida no espelho

Meu passado me envergonha

De casa grande e latifúndio

Enquanto tu, negro, se lembra da senzala

Lembro de ser sinhá dona do mundo

Mas perdoa essa branca sem história

Se o meu corpo tremer ao som do tambor

Perdoa eu não ter luta na memória

S'eu me reconhecer no teu grito de clamor

Por que é no compasso da tua dança

Que meu corpo vai além

É na fé da tua crença

Que meu santo diz amém

...Por que cá dentro de mim, eu sou sim negra também!

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A poesia gira na Sociedade dos Poetas Por Vir

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Alice Alencar
Enviado por Alice Alencar em 19/08/2013
Código do texto: T4441450
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