Silhueta
Ser fácil eu tento, ora pois
Então não seria complicado
Se realmente não fosse eu
Não sei ser eu sem reclamar
Como um qualquer, ou não
Das coisas que sim ou que não são
Ou das dúvidas que podem ser sim
Mas que não aparentam ser
Àquilo que representam
Sou e estou sentido e representado
Em forma de gente, pessoa, objeto
Sob contornos pessoais, sou concreto
Mas não consigo ser eu
Sendo o que não sou
Logo, não estou sem ser eu
À sombra, há traços em que não me vejo
Por contornos interpostos projetados
E por simulações escuras em rastejo
Mas antes preciso entender-me
E consciente, dizer que aceito-me do jeito que sou
Pra depois não afirmar ser eu de qualquer jeito