O Mar

Os brancos barcos do mar,

Os negros homens de sol,

Os frutos colhidos do mar,

Os sóis de esperança ao sol.

As flores de perfume salgado,

As pétalas doces de escama,

As dores de um mar salgado,

As cores do mar sem cama.

Há gente que diga: é o abismo,

Há gente que ponha mistério,

Há gente que pense: ocultismo,

Há gente sonhando império.

Tanto é o mar sem visão

Aos homens que o navegam em vão,

E muito amargo é o seu sal

Aos homens que o sentem sendo mal,

Aos homens que o sentem sendo bom,

Aos homens que não o vêem mar normal,

Aos homens que não ouvem o seu som...

Tão infinito é o mar a quem nele navegar,

Tão estreito é a quem na praia vá se abandonar,

Tão grande é a quem ouse enche-lo em lagrimar,

- Tão curto és, ó mar, a quem não ouse navegar...

Sentem somente seu sincero sabor:

Aqueles que lhe observam vazios de labor.

Vivem eternamente seu sorriso lunar:

Aqueles que lhe pensam somente sendo o mar.