POEMA INVISÍVEL
Certos impulsos poéticos
De tão sobraçados
Conservador na gaiola
Represados e cativos
São tirados à fórceps
Com pinças esquivas
Entrando mar a dentro
De sangue, sonho e plexo.
Algumas assustadas linhas
Usufrutuárias da dor
Ficam órfãs e alienadas
Perdidas no papel peticionário
Entoando invisíveis cantos
À sua humanidade perdida.
Aquela imagem redundante
De tão impressionável
Se queda amortecida
Estonteando o soberbo
Que nada vê além do seu prazer
E nada sente além da aragem
Mundanista do diabo e da carne.
O poema devasso
Disfarça sua luxúria
Seu amor e seu delírio
Voluptuoso e doce
Lancinando a carne
Em extremos atos
De sadismo espiritual
Quando, então,
Fustiga e traumatiza
O que há de melhor
Em sua essência.
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