POEMA INVISÍVEL

Certos impulsos poéticos

De tão sobraçados

Conservador na gaiola

Represados e cativos

São tirados à fórceps

Com pinças esquivas

Entrando mar a dentro

De sangue, sonho e plexo.

Algumas assustadas linhas

Usufrutuárias da dor

Ficam órfãs e alienadas

Perdidas no papel peticionário

Entoando invisíveis cantos

À sua humanidade perdida.

Aquela imagem redundante

De tão impressionável

Se queda amortecida

Estonteando o soberbo

Que nada vê além do seu prazer

E nada sente além da aragem

Mundanista do diabo e da carne.

O poema devasso

Disfarça sua luxúria

Seu amor e seu delírio

Voluptuoso e doce

Lancinando a carne

Em extremos atos

De sadismo espiritual

Quando, então,

Fustiga e traumatiza

O que há de melhor

Em sua essência.

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 18/08/2013
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