Postes de lampião
Já não há mais amigos lampeiros
Para acenderem as ruas da cidade,
A luz que iluminam os letreiros
É nosso lembrete de modernidade.
Nem há canto choroso dos seresteiros
Que declamavam suas versatilidades,
Os acordes nas violas dos violeiros
Perdeu-se no tempo sem musicalidade.
Poetas apaixonados exalando amor
Nos belos versos as musas amadas,
Com exaltados tormentos e a dor
Nostálgicas das lagrimas derramadas.
Onde foi parar o sentimentalismo
Que inspirava poetas apaixonados?
Roberto, Tom Jobim ou Vinicius,
Amores platônicos, enamorados?
Sair à noite não é mais aventura
Na esquina escondem-se marginais,
E lá se vão às boas conjecturas
De curtir momentos especiais.
Estregar-se aos braços de Orfeu
Para ouvir a lira do coração,
Que saudades dos encantos no breu
Sob mal iluminados postes de lampião!